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Elsevier
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A evolução do panorama de financiamento da pesquisa

Conheça como as prioridades em transformação estão impactando o mundo do financiamento da pesquisa, com um foco especial no impacto social.

A evolução do panorama do financiamento para a pesquisa

Atualmente, o panorama do financiamento da pesquisa está em transformação e tem gerado preocupação entre líderes organizacionais influentes e bem posicionados. Os financiadores têm identificado uma lacuna entre os recursos concedidos e o progresso em direção a objetivos sociais, e estão buscando formas de fechar essa distância.

Em pesquisas realizadas pelos participantes do projeto PROSECON, os financiadores apontaram problemas estruturais no campo do financiamento científico, como a falta de maturidade dos sistemas existentes. É difícil alinhar os modelos atuais com esforços concretos que impulsionem metas sociais mais amplas.

A Pew identificou que os financiadores estão ajustando suas práticas, o que inclui incorporar novas vozes e perspectivas no processo de financiamento, revisar os métodos de medição de impacto e emitir orientações mais claras para as equipes responsáveis pela concessão de recursos.

Para analisar mais profundamente esse cenário em evolução, a Elsevier realizou uma pesquisa* sobre financiamento da pesquisa, consultando 150 financiadores de diferentes regiões para identificar os próximos passos em direção a um modelo de financiamento mais significativo e socialmente alinhado.

A pesquisa destaca a natureza interconectada dos ecossistemas de financiamento e das instituições universitárias. Isso significa que:

  • As agências financiadoras não apenas alocam recursos, mas também definem direções, expectativas e critérios de impacto.

  • Em contrapartida, as universidades devem demonstrar como transformam esses investimentos em resultados mensuráveis — não apenas para a ciência, mas também para a sociedade.

Portanto, a relação entre agências financiadoras e instituições acadêmicas está no centro desta análise.

Prioridades estratégicas: o que mais importa para os financiadores

Os resultados finais do estudo revelam o que mais importa para as organizações financiadoras. As principais prioridades incluem:

  1. Sustentabilidade: 91%

  2. Transformação digital: 85%

  3. Resultados dos graduados: 83%

Para ampliar a imagem, clique aqui

Estas são áreas complexas que apresentam desafios internos. Por exemplo, o Global Research Council identificou três aspectos essenciais da principal prioridade dos financiadores — a sustentabilidade na pesquisa:

  • Promover a pesquisa para o desenvolvimento sustentável.

  • Tornar a própria pesquisa sustentável.

  • Garantir que a pesquisa sobre sustentabilidade tenha relevância para a sociedade.

Quando comparados ao estado atual da pesquisa, surge uma tensão natural em torno dos objetivos mais comuns dos financiadores. Especificamente, analisaremos seis paradoxos que resultam do desalinhamento entre essas metas prioritárias e a capacidade dos sistemas atuais para atendê-las.

Os seis paradoxos estratégicos: compreendendo a lacuna de implementação

Ao examinar os pontos onde o desempenho atual do financiamento à pesquisa não está alinhado com as expectativas e aspirações, é possível traçar um caminho útil para que organizações financiadoras e agências governamentais busquem fechar essas lacunas.

Esses desalinhamentos vão desde um desejo não realizado por sustentabilidade até o sucesso em métricas acadêmicas em vez de métricas sociais, entre outros aspectos. Destacar essas questões e projetar soluções potenciais pode indicar um caminho para os financiadores. As seis observações mais reveladoras da pesquisa incluem:

1. O paradoxo da sustentabilidade

A sustentabilidade está presente na mente de muitos no espaço de financiamento à pesquisa. É a prioridade número 1 declarada, compartilhada por 91% dos entrevistados. Isso torna a taxa de implementação dos compromissos de sustentabilidade, de apenas 45%, particularmente evidente.

A padronização em torno dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas deu alguma estrutura à pesquisa sustentável, abordando tanto os lados sociais quanto ambientais da sustentabilidade. O não cumprimento desses objetivos pode vir de desafios como benchmarking de desempenho e acompanhamento de resultados.

Ao adotar práticas como o mapeamento de impacto, que considera várias implicações de curto e longo prazo, é possível ter mais certeza sobre os resultados da pesquisa em sustentabilidade. A falta de capacidade de execução, recursos ou métricas compartilhadas pode explicar essa tensão. Isso nos diz que a sustentabilidade mudou de um compromisso declarativo para uma obrigação operacional — e que essa transição permanece complexa.

Financiadores que usam recursos digitais como SciVal, Pure, Researchfish e Analytical Services estão mais bem equipados para obter insights numéricos sobre o progresso em objetivos específicos de sustentabilidade.

2. A divisão entre inovação e implementação

A transformação digital é uma questão urgente tanto no mundo corporativo quanto no acadêmico, sendo prioridade para 85% das organizações financiadoras. No entanto, há uma significativa lacuna de implementação: apenas 43% dos financiadores já avançaram em suas jornadas de transformação.

Abordar a questão da medição de resultados digitais é especialmente importante porque o processamento avançado de dados pode resolver muitos dos outros desafios que os financiadores enfrentam hoje. Organizações capazes de mapear os resultados digitalmente terão mais facilidade para avaliar o impacto geral de seus investimentos.

Modelos como as avaliações de impacto da pesquisa (RIAs) em áreas prioritárias, como a pesquisa biomédica, frequentemente enfrentam dificuldades na coleta e análise de dados de impacto de alta qualidade. Isso reflete desafios técnicos e dificuldades na evolução de estruturas, processos e até mesmo mentalidades. A adoção de serviços digitais ainda não resultou em uma transformação profunda.

Embora as soluções digitais ofereçam uma infraestrutura crítica, seu valor só é plenamente realizado quando incorporadas a uma cultura de responsabilidade e abertura à mudança. A transformação digital não é apenas uma atualização técnica; requer mudanças na mentalidade institucional, nas expectativas da liderança e nas estruturas de governança.

Isso levanta uma questão crucial: como os financiadores podem apoiar as instituições para alcançarem uma modernização sustentável e mensurável? Como observou um líder europeu de avaliação de pesquisa: “Podemos realmente falar em transformação digital sem integrar a inteligência artificial?” Essa pergunta evidencia um ponto cego estratégico: apesar da relevância da inteligência artificial, ela consistentemente aparece com baixa prioridade, progresso e potencial na pesquisa. Algumas regiões avançam rapidamente, enquanto outras ainda estão construindo as bases necessárias. Isso provavelmente reflete diferentes fases de maturidade e destaca a importância de monitorar essas tendências ao longo do tempo.

Para as agências financiadoras, isso levanta a questão de como apoiar as instituições na conquista de uma modernização sustentável e mensurável.

Ferramentas analíticas avançadas, como InsightGraph, SciVal e Analytical Services, podem impulsionar a evolução das organizações para modelos digitais mais robustos e permitir que os financiadores tomem decisões mais informadas.

3. A tensão entre impacto acadêmico e social

A tensão entre as medidas de impacto acadêmico e social tem uma única origem: as organizações financiadoras apresentam desempenho consistentemente melhor quando avaliadas por métricas convencionais de sucesso acadêmico (49% de progresso), em comparação com os resultados sociais positivos em comunidades reais (35%).

O problema pode estar nos tipos de métricas utilizadas por pesquisadores e financiadores para avaliar o impacto social dos estudos científicos. Pesquisas que partem de premissas centradas em problemas podem visar formas de impacto menos visíveis pelos padrões atuais.

Nos próximos anos, tanto pesquisadores quanto financiadores poderão se beneficiar de novos métodos para conectar de forma mais clara os resultados acadêmicos com seu valor e aplicação no mundo real. Essa conexão ajudará as organizações a equilibrar pesquisas acadêmicas exploratórias com projetos aplicados.

Com acesso a soluções como Researchfish, Pure, InsightGraph, Scopus e Analytical Services, os financiadores podem estabelecer ligações sólidas e baseadas em dados entre a excelência acadêmica e o valor social, auxiliando-os na avaliação do impacto de seus investimentos.

Brilliant Female Engineer Looking Around in Wonder at the Aerospace Satellite Manufacturing Facility. Young Talent Starting Her Career in World Top Science and Technology Space Exploration Program

4. A crise na implementação da diversidade

Organizações que buscam o bem social por meio da pesquisa podem enfrentar uma crise próxima — a falta de diversidade entre os corpos estudantis. Segundo pesquisas, a maior lacuna entre intenção e implementação (47%) está relacionada aos esforços para criar grupos de pesquisa mais diversos e representativos.

As lacunas de diversidade existem em organizações alinhadas socialmente. Por exemplo, entre grupos focados em sustentabilidade ambiental, há deficiências na representação racial e de gênero, assim como uma falta de colaboração entre diferentes classes sociais.

Viéses inconscientes na comunicação e no recrutamento podem perpetuar esses desequilíbrios, com sistemas como estágios falhando em promover mudanças significativas na demografia organizacional. Uma análise mais detalhada dos dados dos pesquisadores pode ajudar a impactar essa tendência.

Embora não exista uma solução digital direta para os desafios da diversidade, o acesso a dados avançados por meio de ferramentas como SciVal, Analytical Services e InsightGraph pode ajudar os financiadores a visualizar suas redes de colaboração e identificar novas oportunidades de inclusão. Dados sobre padrões de participação e financiamento podem impulsionar esses esforços.

5. A oportunidade dos resultados dos graduados

Os resultados dos graduados são a terceira prioridade entre os financiadores pesquisados. Esta área apresenta o maior potencial de transformação (53%), mas um progresso apenas moderado de 44%. Há uma oportunidade clara para que novas abordagens de pesquisa influenciem as trajetórias dos graduados.

Universidades no Reino Unido que tiveram sucesso na melhoria dos resultados de emprego para seus graduados adotaram algumas estratégias importantes. Uma das mais relevantes é incentivar, ou até mesmo exigir, o desenvolvimento de habilidades relevantes.

Ao priorizar pesquisas alinhadas aos tipos de oportunidades de trabalho no mercado, além de acompanhar e divulgar esses resultados, os programas de pesquisa universitários podem impulsionar o sucesso dos seus estudantes no mercado.

Ferramentas tecnológicas como Researchfish, Pure, InsightGraph e Analytical Services podem rastrear o desempenho individual ao longo dos programas de pesquisa. Elas permitem estabelecer conexões explícitas entre os investimentos dos financiadores em pesquisa e os resultados profissionais dos estudantes, além de promover a visibilidade da pesquisa para destacar os esforços dos pesquisadores no mercado de trabalho.

6. A transição da reputação para o impacto

À medida que o campo da pesquisa passa por uma mudança geral de prioridades — saindo de métricas convencionais de prestígio e caminhando para a valorização do impacto social demonstrado — é essencial que financiadores e universidades acompanhem essa transformação.

Programas como o Education Innovation and Research (EIR) dependem de evidências da eficácia das pesquisas para garantir financiamento futuro. A adoção de um novo conjunto de métricas muda as exigências das equipes, que agora precisam encontrar evidências baseadas em dados sobre o impacto de seus esforços.

Outro programa relevante, o modelo de Universidade de 4ª Geração (4GU), ajuda as instituições a irem além das avaliações baseadas em prestígio, reconhecendo seu papel como orquestradoras de ecossistemas. O modelo oferece insights colaborativos baseados em dados sobre impacto regional e social — aspectos frequentemente ignorados por rankings tradicionais.

Direcionar os modelos de financiamento para necessidades sociais específicas e relevantes torna-se, cada vez mais, uma forma eficaz de gestão. No entanto, essa transição só funcionará bem para pesquisadores e financiadores se houver maneiras novas e confiáveis de acompanhar o desempenho, substituindo os critérios tradicionais de prestígio.

Soluções para rastreamento e análise de impacto presentes em ferramentas como Researchfish, Pure, InsightGraph e Analytical Services ajudam os financiadores a transformar seus modelos para uma abordagem centrada no impacto demonstrado. A adição de novas capacidades, métricas e processos se torna mais viável quando apoiada por uma infraestrutura tecnológica sólida.

Análise regional: Perspectivas globais e prioridades locais

As mudanças observadas no campo do financiamento à pesquisa não são uniformes em todo o mundo. Ao focar nos objetivos e interesses regionais, é possível aprofundar-se em soluções e abordagens específicas que podem ajudar as organizações a alcançar o sucesso em contextos locais.

Estados Unidos: Equilibrando inovação, responsabilidade e transformação digital

Os financiadores de pesquisa nos Estados Unidos enfrentam uma tensão dinâmica: como apoiar pesquisas transformadoras e de longo prazo ao mesmo tempo em que respondem às crescentes demandas por responsabilidade e valor público.

Os dados da pesquisa indicam que os financiadores priorizam fortemente a transformação digital (93%) e a adoção de serviços digitais (92%), seguidos de perto pelos resultados dos graduados (88%). Isso sinaliza uma mudança rumo à modernização da infraestrutura e ao alinhamento dos investimentos em pesquisa com modelos transparentes e orientados por resultados.

Apesar da forte intenção, a execução ainda é desigual. Apenas 47% relatam progresso na transformação digital e 44% nos resultados dos graduados, enquanto áreas mais consolidadas, como excelência acadêmica, apresentam desempenho mais alto (53%). Isso reflete a influência de mandatos federais como o Evidence Act e os padrões de desempenho do GAO, que exigem impacto social mensurável. Ao mesmo tempo, programas orientados por missão, como o National Science Foundation Directorate for Technology, Innovation and Partnerships (NSF-TIP) e a Department of Energy Advanced Research Projects Agency (DOE ARPA-E), precisam justificar a exploração de longo prazo dentro desses marcos centrados em resultados — evidenciando a pressão estrutural para reconciliar ambição com evidência.

À medida que esse cenário evolui, os financiadores norte-americanos estão repensando como o sucesso é definido e comunicado. Muitos estão explorando novos modelos de avaliação que conectam mais diretamente a pesquisa aos resultados sociais. O desafio à frente é transformar prioridades estratégicas em prática institucional — não abandonando a inovação, mas garantindo que ela venha acompanhada de responsabilidade significativa e progresso mensurável e visível.

Reino Unido: Redefinindo a excelência em pesquisa por meio da sustentabilidade e da conectividade global

Os financiadores do Reino Unido estão reformulando o conceito de excelência em pesquisa ao integrar sustentabilidade, valor público e desempenho institucional. Sustentabilidade e excelência acadêmica foram classificadas como prioridades máximas (100%), juntamente com impacto comunitário e serviços digitais (89%). Isso reflete uma estratégia nacional que equilibra conquistas intelectuais com responsabilidade social e prontidão digital, destacando o Reino Unido na forma como define o sucesso institucional.

No entanto, a implementação revela uma divisão. Enquanto o progresso em sustentabilidade é notavelmente alto (89%), a excelência acadêmica apresenta uma lacuna significativa, com apenas 67% relatando sucesso, apesar de ser uma prioridade máxima. Para enfrentar essa disparidade, o Reino Unido lidera globalmente com o Research Excellence Framework (REF) — um modelo que exige que as instituições relatem não apenas publicações, mas também impacto social, cultural e econômico. Olhando para o REF 2029, o modelo está evoluindo para dar mais ênfase às condições que sustentam a excelência em pesquisa. As instituições agora precisarão apresentar declarações estruturadas com indicadores focados em resultados que demonstrem a eficácia de suas estratégias de pesquisa — incluindo como promovem uma cultura e um ambiente de pesquisa de excelência. Essa mudança colocou o Reino Unido na vanguarda do financiamento baseado em impacto e da responsabilização institucional.

Para o futuro, os financiadores britânicos enxergam as redes globais de pesquisa (com 44% de potencial de transformação) como uma oportunidade estratégica subaproveitada, especialmente crítica no contexto pós-Brexit. Ao mesmo tempo, a transformação digital é vista mais como infraestrutura essencial do que como inovação, sendo fundamental para escalar o que já funciona.

Europa: Elevando o impacto comunitário, a equidade e a transformação institucional

Os financiadores europeus estão promovendo uma mudança ousada na forma como o sucesso institucional é definido. As principais prioridades — impacto comunitário significativo (87%), transformação digital eficaz (86%), diversidade na liderança (84%) e impacto real da pesquisa (83%) — refletem uma clara guinada em direção à relevância social, à inclusão e à modernização digital, afastando-se das métricas acadêmicas tradicionais. Os financiadores estão reimaginando as universidades como instituições engajadas, diversas e habilitadas digitalmente, que atendem às necessidades públicas para além das publicações científicas.

O progresso tem sido mais substancial onde as políticas são apoiadas por regulamentações e estruturas claras de medição, especialmente no desempenho em sustentabilidade (70%) e no desenvolvimento sustentável (68%). Notavelmente, a diversidade entre o corpo docente (60%) e os resultados dos graduados (56%) também mostraram avanços reais, frequentemente atrelados a benefícios institucionais diretos, como maior sucesso estudantil, conformidade regulatória e ganhos reputacionais. Esses avanços sugerem que, quando os financiadores conectam metas estratégicas a resultados mensuráveis e incentivos, a implementação acelera.

Essa agenda é respaldada pelo Horizon Europe, o principal programa da União Europeia para pesquisa e inovação, que promove a colaboração e a pesquisa orientada por impacto além das fronteiras nacionais. Ainda assim, os financiadores enxergam um grande potencial não explorado na expansão das redes globais de pesquisa e na plena operacionalização das capacidades digitais.

O desafio agora é garantir que equidade, impacto comunitário e transformação digital não avancem de forma isolada, mas como parte de uma estratégia coesa e orientada por resultados para a transformação institucional em larga escala.

Europe's city lights view from space. (World Map Courtesy of NASA: https://visibleearth.nasa.gov/view.php?id=55167)

China: Reforçando a excelência em pesquisa enquanto reduz a lacuna de impacto comunitario

Os financiadores de pesquisa da China estão seguindo uma agenda dupla que enfatiza tanto a competitividade global em qualidade científica quanto um alinhamento mais forte com prioridades sociais nacionais. As principais prioridades — impacto comunitário (94%), transformação digital (94%) e excelência acadêmica (93%) — refletem tanto a pressão interna por modernização quanto um esforço estratégico para garantir que a pesquisa contribua diretamente para o bem-estar da sociedade. Isso posiciona a China como uma das regiões mais ambiciosas na tentativa de alinhar a produção científica com os objetivos de desenvolvimento nacional.

No entanto, a lacuna entre ambição e implementação é marcante. Enquanto a excelência acadêmica apresenta um progresso de 53%, o impacto comunitário está em apenas 24%, tornando-se a maior lacuna de implementação relatada entre todas as regiões. Esses resultados sugerem que, embora a qualidade da pesquisa seja bem sustentada por infraestrutura e estruturas de desempenho existentes, os mecanismos para traduzir essa pesquisa em benefício público ainda estão pouco desenvolvidos.

Os financiadores veem um alto potencial de transformação tanto na transformação digital (71%) quanto na excelência acadêmica (65%), o que confirma que o futuro da agenda de pesquisa da China depende da combinação entre liderança científica e impacto tangível no mundo real.

Implementação estratégica: Superando a lacuna entre ambição e execução

Atualmente, é comum que os financiadores de pesquisa enfrentem um desalinhamento entre suas prioridades mais elevadas e suas capacidades institucionais. Parte desses desafios decorre das dificuldades em estabelecer e demonstrar os diversos tipos de impacto cada vez mais exigidos.

Esse paradoxo levanta questões estratégicas mais profundas — não apenas sobre a execução, mas também sobre a coerência e a visibilidade no processo de tomada de decisão.

Como observou um alto dirigente de uma agência europeia de avaliação da pesquisa: “Esse desalinhamento levanta uma questão fundamental sobre o alinhamento estratégico: as agências estão equipadas com a visibilidade e a coerência necessárias para orientar suas prioridades de forma eficaz?”

Segundo esse líder, o problema pode estar menos relacionado à falta de intenção e mais à ausência de visibilidade interna, coerência estratégica ou maturidade institucional.

Os próximos passos exigirão mudanças significativas, principalmente na forma como o impacto da pesquisa é avaliado e comunicado. Para tirar proveito real das análises digitais, os financiadores devem investir no desenvolvimento de competências e capacidades internas, garantindo que suas equipes saibam interpretar, agir com base nos dados e comunicar insights baseados em evidências.

Há um consenso crescente entre líderes acadêmicos, financiadores e pesquisadores de que os custos dessas mudanças são compensados pelos benefícios, e 52% dos stakeholders estão dispostos a promover essa transformação.

As prioridades identificadas para o futuro da avaliação da pesquisa incluem:

  • Foco no impacto em nível institucional, incluindo resultados sociais.

  • Uma abordagem holística para avaliar pesquisadores e universidades em escala global.

  • Mudança na cultura da pesquisa para torná-la mais interdisciplinar e diversa.

  • Busca por métricas quantitativas de impacto além do meio acadêmico.

Avançar para essa nova era de avaliações mais claras não se trata apenas de mudar o paradigma do financiamento da pesquisa, mas também de ajudar as organizações financiadoras a executar com mais eficiência as melhores práticas já estabelecidas por órgãos como o U.S. Government Accountability Office (GAO), que envolvem monitoramento de desempenho, comunicação de resultados e fortalecimento de redes colaborativas.

Estudos de caso: Dados bem-sucedidos para modelos de financiamento de alto desempenho

Organizações financiadoras em todo o mundo têm obtido sucesso ao adotar soluções tecnológicas que revelam de forma clara o impacto gerado em diferentes áreas. Esses recursos permitem demonstrar o valor social das pesquisas financiadas e conceder apoios com base em dados precisos, alinhados às prioridades e necessidades estratégicas das instituições. Alguns exemplos práticos desse processo incluem:

Avaliação de impacto por meio de plataforma de dados: NSF-TIP

A National Science Foundation – Directorate for Technology, Innovation and Partnerships (NSF-TIP), dos Estados Unidos, desenvolveu um hub que exibe dados sobre os financiamentos concedidos à pesquisa. As informações de cada projeto incluem um mapa visual e medições do impacto social e estratégico. Financiadores e pesquisadores podem acessar esses dados para se conectar e formar parcerias significativas.

NSF-TIP TIP Investment Pilot dashboard powered by Pure

Avaliação abrangente do impacto na pesquisa e na sociedade: NHMRC

O National Health and Medical Research Council (NHMRC) da Austrália criou um banco de dados dedicado a pesquisas sobre demência e diabetes. A plataforma utiliza tecnologia bibliométrica e inteligência artificial generativa para destacar, em detalhes, os impactos econômicos, ambientais, sociais e de saúde dessas pesquisas.

Charts based on analysis by Analytical Services

Estabelecendo resultados de pesquisa alinhados com as prioridades nacionais: Egyptian Knowledge Graph

O Egyptian Knowledge Bank (EKB) desenvolveu uma nova metodologia para avaliação de pesquisas e periódicos em árabe. O Egyptian Knowledge Graph utiliza padrões internacionais para mapear um banco de dados unificado que contém todos os resultados de pesquisa produzidos no Egito.

Source: Egyptian Knowledge Graph powered by InsightGraph. To enlarge image, please click here.

Ferramentas e recursos para financiamento baseado em evidências

À medida que os financiadores de pesquisa se comprometem cada vez mais a avaliar o impacto de suas pesquisas no contexto de políticas públicas, cresce a necessidade de tecnologias que facilitem esse processo. São necessárias soluções capazes de:

  • Produzir um conjunto de dados unificado, integrando fontes internas e externas, para uma visão holística do impacto da pesquisa.

  • Avaliar o impacto da pesquisa na formulação de políticas públicas e nas mudanças sociais, além das medidas tradicionais de sucesso acadêmico.

  • Monitorar e destacar contribuições individuais para apoiar resultados de carreira, incentivos, colaboração e outras áreas.

As ferramentas digitais não devem operar isoladamente. Seus indicadores e painéis precisam refletir com precisão as prioridades e os marcos regulatórios que orientam os investimentos públicos.

Soluções como InsightGraph, Pure, Scopus, SciVal, Researchfish e Analytical Services atendem a diferentes partes desse processo. Ao implementar essas ferramentas tecnológicas em suas operações, os financiadores podem estabelecer métricas alinhadas às suas prioridades e objetivos específicos.

Casos de uso específicos incluem:

  • InsightGraph: Geração de insights e gráficos personalizados a partir de dados específicos de casos.

  • Researchfish: Coleta de dados relacionados a impacto para apoiar e informar estratégias de financiamento.

  • Pure: Captura, gerenciamento e exibição dos impactos da pesquisa por meio de métricas diversas.

  • SciVal e Scopus: Identificação de pesquisas emergentes e áreas de fronteira.

  • Analytical Services: Benchmarking do impacto da pesquisa em comparação com pares.

O futuro do financiamento de alta performance

As organizações precisam se tornar mais estratégicas e informadas sobre os resultados de suas decisões de financiamento em pesquisa, à medida que o setor se direciona para uma abordagem orientada por impacto. Essa mudança exigirá transformações na forma como essas organizações avaliam e medem o progresso, além de demandar uma transformação tecnológica que acompanhe esse processo.

Para preparar sua organização de financiamento para esse novo cenário, você pode consultar materiais relacionados da Elsevier, incluindo os resultados detalhados da nossa pesquisa e o relatório Back to Earth.

*: Esta análise é baseada em uma pesquisa global realizada entre agosto e setembro de 2024, com 150 financiadores de pesquisa e líderes governamentais. Os participantes foram convidados a priorizar e avaliar o progresso e o potencial de transformação em 21 objetivos estratégicos de desempenho, como sustentabilidade, transformação digital eficaz, diversidade na liderança, resultados dos graduados e impacto social significativo. 

Você merece liderar com clareza e agir com confiança — entre em contato para descobrir como ajudamos você a transformar dados em decisões que geram impacto real no mundo.